Me formei Doutora em Física & Astronomia (com foco em Física da Matéria Condensada) em agosto de 2021.
Calma, calma, muita calma! Não, eu não entendo sobre galáxias. Também não sei contar estrelas e muito menos observar planetas com o telescópio. Por favor, não me perguntem nada sobre a NASA!
"Nossa, mas que doutora em Física & Astronomia é essa?" Pois bem, por isso eu nunca me refiro ao termo "Astronomia" quando me apresento. O que acontece é que onde me formei o curso de doutorado em Física é dividido em três áreas do conhecimento: Física Espacial, Astrofísica e Física da Matéria Condensada.Saiba mais informações sobre o curso clicando aqui.
E o que é a Física da Matéria Condensada? Em breve teremos um post totalmente dedicado a esta área da física que me encantou, mas por ora basta dizer que a fase "condensada" da matéria (ou dos materiais) estuda a escala atômica, como partículas, átomos e elétrons. Neste sentido, teorias advindas da mecânica quântica são aplicadas para entendermos o comportamento de partículas, por exemplo. Portanto, os conceitos da física da matéria condensada são fundamentais na nanociência.
O meu amor pela Universidade do Vale do Paraíba (UNIVAP) começou em 2012, durante a minha graduação em Engenharia Química. Eu comecei a frequentar o Laboratório de Nanossensores (LNS)logo no primeiro semestre da graduação e sou cientista desde então.
Ao defender o TCC utilizando nanopartículas magnéticas e me formar em Engenharia Química, eu tinha uma certeza: eu queria muito continuar minha carreira acadêmica, não me via (e ainda não me vejo) fazendo outra coisa que não envolva ciência. E também eu não queria mudar de laboratório, pois via grandes possibilidades de crescimento desta linha de pesquisa na Universidade, considerando que ninguém antes havia trabalhado com estes materiais na Instituição e tendo em vista o grande potencial científico e tecnológico dessas nanopartículas. Visto que eu já estava envolvida com ciência há 5 anos e tinha um currículo favorável, decidi não fazer mestrado, e passei para o doutorado direto.
Os primeiros anos do cursos foram tensos e intensos! Por ser direto, os créditos (disciplinas) do meu doutorado precisavam ser cumpridos considerando também as exigências do mestrado, porque algumas matérias são base para os dois. O que significa que eu tinha mais aulas do que o comum. Mas a pesquisa precisava dar resultados, então os experimentos no laboratório continuavam a todo vapor! Mas isso não significa que tudo dava certo. Na verdade eu passava por uma fase péssima com as nanopartículas, pois não conseguia estabilizá-las. Muitas vezes não tinha hora para ir embora, eu precisava concluir tudo. E deu certo no final? Com muita alegria, digo que sim! Eu faria tudo de novo? Faria, mas desssa vez com muito mais equilíbrio entre vida acadêmica e pessoal, pesquisa e saúde mental.
O que eu desenvolvi no doutorado me dá orgulho demais! Afinal, no doutorado-sanduíche aprendi a estabilizar as nanopartículas e isso não somente me possibilitou reproduzir os protocolos no Brasil e ensinar outros alunos, mas também me rendeu um artigo (primeira autora) com colaboração internacional! Participei de conferências, recebi premiações, viajei, fiz amizades que vou levar para sempre. Na UNIVAP eu ganhei uma família! E algo que me enche de alegria, alívio e gratidão é lembrar que minha tese foi escrita e defendida em inglês (sendo que em uma apresentação durante a graduação eu não sabia falar properties). Ah, se tiver interesse, você pode ler a minha tese nesse link!
Comments