Escolhi esse curso pois um ano antes havia me formado técnica em química e o amor por esse ramo da ciência me fez querer continuar estudando estes assuntos. Escolhi Engenharia e não Química pois achei que este curso me daria mais abrangência em outros tópicos, como física e processos industriais. No primeiro semestre da graduação fui visitar os laboratórios noInstituto de Pesquisa & Desenvolvimento (IP&D)da UNIVAP e escolhi frequentar oLaboratório de Nanossensores. A visita a este laboratório foi meu primeiro contato com nanotecnologia, e a possibilidade de desenvolver coisas tão pequenas, mas que podem ser úteis para, desde cosméticos até cura de doenças, fez meus olhos brilharem! Acho que ali já nascia a minha vontade de ser útil na sociedade. Então decidi fazer Iniciação Científica, que no início foi de forma voluntária e mais tarde recebi bolsas PIBIC do Conselho Nacional de Pesquisa e Desenvolvimento (CNPq) e também da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP).
Durante a iniciação científica (IC) trabalhei com nanopartículas de ouro por 2,5 anos, aprendi muito, recebi prêmios, me apaixonei pela nanotecnologia. Mas na metade da graduação senti que era hora de mudar e decidi, para o meu Trabalho de Conclusão de Curso (TCC), utilizar outro tipo de nanomateriais. Então me lembrei que no primeiro ano da IC meu orientador havia comentado algo sobre nanopartículas magnéticas e fui pesquisar sobre elas. Me encantei, queria sintetizá-las, investigá-las, algo me impulsionou a tentar produzí-las, uma vontade enorme de ter em mãos aquele líquido preto que interage com ímã. Meu orientador perguntou se eu tinha certeza que queria fazer isso, pois não conhecíamos ninguém que trabalhasse com este material e portanto teríamos que aprender sozinhos. Também me alertou que magnetismo era uma parte muito particular dentro da física (algo bem complicado mesmo, eu diria). Mas eu quis seguir com meu objetivo. Fiz as primeiras sínteses, comecei a entender um pouco sobre como trabalhar com estas nanopartículas, escrevi meu TCC e me formei.
Eu nunca trabalhei como Engenheira (quero dizer, em fábricas). Mas acredito que os caminhos que a pesquisa me proporcionou não poderiam ser traçados de outra forma. Durante a graduação eu participei de eventos científicos e aperfeiçoei a escrita de relatórios e apresentações orais, graças ao meu envolvimento "precoce" com a pesquisa. E no curso de Engenharia eu tive não apenas a oportunidade de me engajar em um laboratório de pesquisa, mas de ter professores maravilhosos na faculdade, que me ensinaram também lições de vida. Eu descobri meu dom na profissão acadêmica que segui e conheci meus melhores amigos!
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